(Hoje a coisa vai ser
em pílulas)
Não me considero uma pessoa supersticiosa embora eu siga à
risca um velho ditado espanhol “No creo em las brujas, pero que las hay, las
hay”. Sou dos que acredita que existe, sim, uma ligação interplanos e que boas
e más ações são sementes. Planta-se, elas frutificam e a colheita é
obrigatória. Mesmo que você não queira, aparecem na porta da casa da sua vida.
Não é porque eu acredite em azar (palavra que, confesso, não
gosto), mas tem certas coisas que não faço. Passar debaixo de escadas é uma
delas. Nunca se sabe. Quanto a gatos pretos, não gosto que cruzem meu caminho.
Não é superstição que ele me dê azar. Apenas prefiro cruzar o deles para que
eles tenham sorte. Embora o simples fato de serem gatos já mostra um aspecto
evolutivo adiantado. Gatos não creem nessas coisas. Eu que, em meu estágio humano um pouco atrás deles, creio nisso por
eles. No fim é apenas uma competição involuntária ou uma diversão boba. Quem passar
na frente de quem ganha. Se eu tropeçar nele ou pisar no seu rabo, eu perco.
Por sorte, nunca aconteceu.
Opa, falei “por sorte”. Se eu tivesse poderes de alterar as
regras ortográficas e abolir palavras na canetada, eu revogaria “sorte” da Língua
Portuguesa e a substituiria pela sua tradução em francês: “chance”. Sua dicionarização
em português é a melhor definição para ambas: Ocasião favorável, oportunidade. Sorte
acontece a todo momento. O vivente é que não tem a chance (em português mesmo,
mas pode ser sorte se preferir) de aproveitar. E aí bota a culpa em deus.
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