domingo, 1 de novembro de 2015

Quem é o escritor sem palavras? (dedicado a um tocador de cítara)

O escritor sem palavras é aquele que acha que escreve alguma coisa e não escreve tanto assim. É o poeta que rimou dois versos e se definiu poeta. Esqueceu-se, ele, que hoje a poesia é muito mais que a rima (até porque, como se disse, isso foi abolido em 1922 pelos quase centenários modernistas).
Enfim, o escritor sem palavras é o escritor que não sabe escrever ou que acha que sabe. E, convencido por si só e somente ele disso, resolve usar dessas ferramentas que a modernidade deu para que se divida o que ele escreve, o blogue e as redes sociais.
Há uma fábula esopiana que conta de um tocador medíocre de cítara tocava e cantava em seu quarto cujas paredes faziam sua voz e sua música serem melodiosas. Quando se meteu a cantar num teatro, foi tão mal sucedido que foi expulso a pedradas.
Para azar desse citarista, naquela época não havia o You Tube, as redes sociais, nada. Poderia tocar no quarto, gravar e subir o vídeo. Seria poupado das pedradas, mas ganharia vários unlikes. Dói menos
Apoiando-me nessa malfadada experiência, do meu quarto onde escrevo uso o blogue para lançar nas redes sociais meus escritos. Os escritos do escritor sem palavras que encherão um espaço pequeno e não contam com muita fé. Se houver dez leitores assíduos será o suficiente.
São dois os obstáculos do escritor sem palavras. O primeiro é apresentar seus textos tendo entre seus amigos escritoras (sim, quatro mulheres, que escrevem e um amigo, logo o feminino prevalece. Sorry, Gramática, essa é a MINHA regra) que debulham o assunto. Poderiam ser boas juradas (um negócio meio The Voice. Olha eu e minha cítara de novo) e orientadoras. O segundo sou eu mesmo, meu leitor mais crítico, ranheta e exigente. Já ando pela vigésima quinta linha (segundo meu Word) de texto e estou com ânsia de desistir do blogue. Passou. Não vou desistir.
Vou é encerrar por aqui o texto. É uma breve apresentação desse projeto que serve para alinhavar o que pretende ser esse espaço, um lugar de abordagens um tanto confessionais ou fantasiosas; canto para crônicas e impressões escritas ou somente ideias soltas de uma pessoa que adora escrever e resolveu sair do quarto para dividir isso com os outros. Nada demais. A mesma audácia do tocador de cítara, mas com o cuidado de não fazer isso num auditório.

Sejam leves nas pedradas virtuais.

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